segunda-feira, 23 de maio de 2011

DENSIDADES, INTENSIDADES, E A DIFERENCIAÇÃO ESPACIAL


Partindo de uma hipótese própria, pude analisar ao ler o texto de Análise Geográfica de (DOLFUSS, 1973), que densidades e intensidades só podem adquirir algum valor á partir de comparações, ou seja, eventuais correlações entre a densidades de populações juntas á ocupação do espaço (área).
(p.95) Densidades são conhecidas como coleções de indivíduos e de coisas, isto é “o conhecimento da carga de uma população por unidade de superfície tomada como referência, constitui um elemento fundamental para análise geográfica. A intensidade, isto é, o grau de força, de atividade ou potência de um fenômeno ou de um processo que se exprime por unidade de tempo e de superfície”.
(p.96) O conhecimento da densidade das populações vivas é à base de todo estudo de produção de um ecossistema.
(p.97) Delimitam-se assim, numa região agrícola os setores onde as encostas excedem as possibilidades da agricultura mecanizada, aqueles onde o escoamento exerce efeitos nefastos para os solos nus; uma vez efetuada a localização dos diferentes setores, pode-se determinar a percentagem de superfície por eles ocupada e, em seguida, calcular a “densidade” das “populações” de encosta para uma superfície determinada.
(p.98) O tratamento das comparações das densidades humanas é significativo em todas as escalas: com efeito, é ele quem propõe o problema das relações entre técnicas de controle territorial e de organização social em meio determinado.
(p.97-98) As densidades humanas “é o conhecimento e explicação das cargas populacionais e a comparação das densidades em função das civilizações e dos dados fornecido pelo meio natural.
(p.100) Empenha-se o geógrafo em explicar as diferenças de densidades verificadas em meios análogos e muitas vezes, próximos.
(p.101) Assim, ao localizar a população da maneira mais exata possível e em função da escala do estudo, o geógrafo estabelece uma relação entre a carga humana, as atividades dos indivíduos, a produtividade dessas atividades dos indivíduos, a produtividade dessas atividades e os meios que facilitam seu exercício (como as redes).

“I - Os Limites”
Os limites podem ser conhecidos, visíveis, onde se é necessário explicar a sua localização e verificar a sua significação, ou até mesmo podem deixar de ser diretamente perceptíveis. Pode-se dizer que cada estrutura ou conjunto espacial isósquem possuem limites mais ou menos precisos e facilmente localizáveis.
Os limites tem uma ligação importante com à compreensão da organização dos sistemas,tanto por dados naturais ou relacionados as conseqüências da ação humana, os mesmos são alterados no decorrer do tempo.
(p.82) A noção de limite não acarreta obrigatoriamente a de fronteira, linha continua de pontos. Compreende a noção de franja, mais ou menos vasta, na que, por transições também mais ou menos diretamente perceptíveis, passa-se de um sistema para outro (...).
Os limites dos sistemas se apresentam da seguinte forma: passivos ou dinâmicos, podem assim exercer efeitos negativos ou fecundantes. Nesse contexto podemos dizer que um mesmo limite será uma cisão e um elemento vitalizador para setores limítrofes.
(p.83) O limite entre a terra firme e o oceano é constituído por uma franja litorânea modelada pela ação marinha exercida por intermédio das vagas; correntes e marés. Este limite entre os dois domínios pode constituir uma franja de atividades intensas: pesca turismo. etc.
Já nos limites na natureza um dos que apresenta menos dificuldades é a linha divisória das águas de duas bacias hidrográficas, onde revela as simetrias e dissimetrias do relevo. O autor cita como exemplo a América do Sul entre a curta vertente pacífica e as grandes bacias do Atlântico, que se trata de um limite “neutro” ou passivo, cujo traçado depende do dinamismo da erosão nas bacias hidrográficas.
Os limites entre duas regiões ou dois domínios dinâmicos são muito diversos, dependem de vários fatores tais como; variações no regime das precipitações, no regime das temperaturas e na insolação, nascendo da combinação desses diferentes dados, onde podem ser sensíveis essas diferenças num raio de alguns quilômetros.
Na geomorfologia os limites estão ligados a dados estruturais ou dados climáticos.
(p.86) Os limites são facilmente delimitáveis e sua influência é sensível (...). Em contraposição, os limites que separam dois sistemas de erosão podem ser mais vagos: assim, a franja que assinala no interior de uma região de relevo pouco pronunciado, a passagem de um sistema de erosão semi-árido, caracterizado pelo escoamento e pela deflação eólica (...).
Os limites das vegetações são particularmente denunciados pela combinação do clima e dos solos, do qual são traduzidas nas descontinuidades decorrentes de fenômenos lineares.
(p.88) Os limites no domínio natural não são igualmente sensíveis às alterações. Os limites de uma bacia hidrográfica modificam-se em função do vigor da erosão regressiva ou do jogo da tectônica.
Os limites no ecúmeno são traçados pelas modalidades de ocupação do solo e indicam a ocupação do espaço por indivíduos ou por coletividades territoriais.
Nas divisões do espaço, é necessário que se estabeleça uma distinção entre os limites correspondentes às modalidades de utilização econômica do solo e os limites que marcam uma ocupação jurídica.
(p.94) Segundo DOLFUSS, a delimitação de áreas regionais complexas representa uma tarefa espinhosa, na medida em que a unidade do conjunto é fruto de relações entre fenômenos de natureza diferente. Neste caso, é conveniente partir do interior do sistema para determinar os limites da estrutura geográfica considerada.
Sendo assim, pode-se concluir que para o geógrafo à análise das conseqüências advindas das sucessivas mudanças, acompanhadas de movimentos de população, como também avaliar o efeito produzido sobre a região adjacente por uma fronteira militarmente ameaçada, estudar as relações econômicas e políticas, para que dessa forma se possa fazer um balanço geral dos efeitos negativos e construtivos.
Referencial Bibliográfico: A Análise Geográfica, DOLFUSS, 1973
por Luana Flávia

As Estruturas Geográficas



Nas estruturas geográficas o sistema de culturas é formado pela associação de culturas no interior de uma exploração, do qual a paisagem agrícola é uma estrutura.
Para Littré a estrutura é uma modalidade de arranjo pertencente aos corpos organizados, onde os corpos compõem de partes elementos múltiplos e diversos por sua natureza; já Lalande a estrutura é um conjunto formado de fenômenos de tal forma solidários que cada um deles depende dos demais, enquanto isso Nadel afirma que os fatos possuem uma estrutura sempre que eles manifestam uma articulação definida, uma disposição regrada das partes.
Tendo em vista esses conceitos nota-se que cada um define dos escritores estrutura com visões um pouco diferenciada.
(p.33) F. Perroux escreve que “as estruturas são as proporções e relações que caracterizam um conjunto econômico localizado no tempo e no espaço”.
Piaget diz que estrutura é um sistema de transformações que comporta leis como todo sistema. Em minha opinião a visão de Piaget é uma das mais completas

Comentário: Conclui-se que nestas diversas definições do qual retornam as idéias de coerência e de solidariedade entre elementos cuja natureza pode ser diferente, mas que reagem mutuamente uns sobre os outros.
(p.34) “Por essência, toda estrutura é dialética; sabe-se que existe ação dialética sempre que os elementos que compõem um sistema reagem de maneira continua uns sobre os outros e se condicionam reciprocamente”.


Luana Flávia

  Vai menina Lua, extraía da vida o melhor... Dê cabeçadas por intuição, nem toda cabeçada é maldita... Vá entender!!! Nem todo acerto acres...